Questões de Patologia das Feridas
Teste seus conhecimentos sobre as condições patológicas que afetam a cicatrização
Qual das seguintes condições é caracterizada por uma cicatrização excessiva, com formação de tecido cicatricial que se estende além das bordas da ferida original?
Resposta correta: B
Queloide é caracterizado por uma cicatrização excessiva que se estende além das bordas da ferida original.
Explicação:
Tanto a cicatriz hipertrófica quanto o queloide são resultados de uma cicatrização excessiva, com deposição aumentada de colágeno. No entanto, eles diferem em suas características clínicas e histológicas:
- Cicatriz hipertrófica: É uma cicatriz elevada, avermelhada e pruriginosa que permanece confinada às bordas da ferida original. Geralmente se desenvolve dentro de semanas após a lesão e pode regredir espontaneamente ao longo do tempo.
- Queloide: É uma cicatriz elevada, firme, muitas vezes dolorosa ou pruriginosa, que se estende além das bordas da ferida original, invadindo a pele normal adjacente. Os queloides podem continuar a crescer ao longo do tempo e raramente regridem espontaneamente. São mais comuns em indivíduos de pele escura e em certas áreas do corpo (como lobos das orelhas, ombros, região pré-esternal).
As outras alternativas representam diferentes problemas de cicatrização:
- Deiscência de sutura: É a abertura da ferida cirúrgica ao longo da linha de sutura, geralmente devido à tensão excessiva, infecção ou cicatrização inadequada.
- Úlcera crônica: É uma ferida que não cicatriza dentro do tempo esperado (geralmente considerado como 3 meses), muitas vezes devido a fatores subjacentes como insuficiência vascular, diabetes ou pressão prolongada.
- Contratura cicatricial: É o encurtamento e endurecimento do tecido cicatricial, que pode levar à deformidade e limitação funcional, especialmente em áreas de articulações ou em feridas extensas como queimaduras.
Portanto, a alternativa B está correta ao descrever o queloide como a condição caracterizada por cicatrização excessiva que se estende além das bordas da ferida original.
Qual das seguintes alterações é mais característica da fisiopatologia da úlcera venosa?
Resposta correta: C
A hipertensão venosa crônica e a incompetência valvular são as alterações mais características da fisiopatologia da úlcera venosa.
Explicação:
A úlcera venosa é o tipo mais comum de úlcera de perna e sua fisiopatologia está primariamente relacionada à insuficiência venosa crônica. Vamos analisar cada alternativa:
- Alternativa A: Descreve a fisiopatologia da úlcera arterial, onde a falta de suprimento sanguíneo adequado devido à oclusão arterial leva à isquemia e necrose tecidual.
- Alternativa B: Descreve um componente chave na fisiopatologia da úlcera neuropática, comumente associada ao diabetes mellitus, onde a perda da sensibilidade protetora torna o pé vulnerável a traumas repetitivos e não percebidos.
- Alternativa C: Correta. A fisiopatologia da úlcera venosa envolve a hipertensão venosa crônica, geralmente causada por incompetência das válvulas venosas (que normalmente impedem o refluxo sanguíneo) ou obstrução do fluxo venoso (como na trombose venosa profunda). Essa hipertensão leva ao extravasamento de fluidos, proteínas (como fibrinogênio) e células sanguíneas para o interstício, causando edema, inflamação crônica (dermatite de estase), deposição de fibrina ao redor dos capilares (formando a "cuff" de fibrina), aprisionamento de leucócitos e, eventualmente, ulceração da pele, tipicamente na região maleolar medial.
- Alternativa D: Descreve a principal causa da úlcera por pressão (lesão por pressão), onde a pressão prolongada sobre uma área do corpo, geralmente sobre uma proeminência óssea, causa isquemia e necrose tecidual.
- Alternativa E: Descreve a causa de úlceras associadas a vasculites, que são doenças inflamatórias autoimunes que afetam os vasos sanguíneos, podendo levar à oclusão vascular e ulceração.
Portanto, a alternativa C descreve corretamente a base fisiopatológica da úlcera venosa.
O biofilme em feridas crônicas é caracterizado por:
Resposta correta: D
O biofilme é uma comunidade microbiana estruturada, envolta por uma matriz polimérica autoproduzida, aderida a uma superfície.
Explicação:
O biofilme é uma forma de organização microbiana que desempenha um papel importante na cronicidade de muitas feridas. Vamos analisar cada alternativa:
- Alternativa A: Incorreta. O biofilme não é composto por bactérias planctônicas (livres), mas sim por bactérias sésseis (aderidas) organizadas em uma comunidade. Essa estrutura, protegida pela matriz polimérica, torna o biofilme resistente à remoção por limpeza simples.
- Alternativa B: Incorreta. O biofilme em feridas crônicas é tipicamente polimicrobiano, ou seja, composto por múltiplas espécies de bactérias (e às vezes fungos) que coexistem e interagem dentro da comunidade.
- Alternativa C: Incorreta. O diagnóstico de biofilme por culturas de swab convencionais é difícil, pois os swabs geralmente coletam bactérias planctônicas da superfície da ferida, e não as bactérias sésseis organizadas dentro do biofilme. Técnicas como biópsia tecidual seguida de microscopia (eletrônica ou confocal) ou métodos moleculares são mais adequadas para detectar biofilmes.
- Alternativa D: Correta. Esta é a definição clássica de biofilme: uma comunidade de microrganismos aderidos a uma superfície (no caso, o leito da ferida) e envoltos por uma matriz extracelular autoproduzida, composta principalmente por polissacarídeos, proteínas, lipídios e DNA extracelular. Essa matriz protege os microrganismos contra as defesas do hospedeiro e agentes antimicrobianos.
- Alternativa E: Incorreta. As bactérias dentro do biofilme são significativamente menos suscetíveis (até 1000 vezes menos) à ação de antibióticos sistêmicos e antissépticos tópicos em comparação com suas contrapartes planctônicas. Isso se deve a vários fatores, incluindo a dificuldade de penetração dos agentes na matriz polimérica, o estado metabólico reduzido das bactérias no interior do biofilme e a presença de mecanismos de resistência específicos do biofilme.
Portanto, a alternativa D descreve corretamente a natureza do biofilme em feridas crônicas.
Qual dos seguintes tipos de tecido é considerado desvitalizado e geralmente precisa ser removido para permitir a cicatrização adequada da ferida?
Resposta correta: C
Esfacelo é um tipo de tecido desvitalizado que geralmente precisa ser removido.
Explicação:
A avaliação do tipo de tecido presente no leito da ferida é fundamental para guiar o tratamento. Vamos analisar cada alternativa:
- Tecido de granulação: É um tecido vermelho vivo, úmido e granular, composto por novos capilares, fibroblastos e matriz extracelular. É um sinal de cicatrização saudável e não deve ser removido.
- Epitélio: É o tecido fino e rosado que cresce a partir das bordas da ferida ou de ilhas de epitélio remanescentes, cobrindo o tecido de granulação. É o objetivo final da cicatrização e não deve ser removido.
- Esfacelo: É um tecido desvitalizado, geralmente amarelado, acastanhado ou esverdeado, de consistência úmida, fibrina ou mucosa. É composto por restos celulares, exsudato e bactérias, e funciona como um meio de cultura para microrganismos, além de impedir a formação de tecido de granulação e a reepitelização. Portanto, o esfacelo geralmente precisa ser removido (desbridado) para permitir a cicatrização.
- Tecido adiposo: É a gordura subcutânea, de cor amarelada e aparência globular. Quando viável, não precisa ser removido, mas pode se tornar necrótico se o suprimento sanguíneo for comprometido.
- Fáscia muscular: É uma membrana fibrosa branca e brilhante que recobre os músculos. Quando viável, não precisa ser removida.
Outro tipo comum de tecido desvitalizado é a escara (ou necrose de coagulação), que é um tecido seco, endurecido e de cor preta ou marrom escura.
Portanto, a alternativa C está correta, pois o esfacelo é um tipo de tecido desvitalizado que impede a cicatrização e geralmente requer desbridamento.
A teoria da "cuff" de fibrina na fisiopatologia da úlcera venosa postula que:
Resposta correta: B
A teoria da "cuff" de fibrina postula que o extravasamento de fibrinogênio e sua polimerização em fibrina ao redor dos capilares forma uma barreira à difusão de oxigênio e nutrientes.
Explicação:
A fisiopatologia da úlcera venosa é complexa e envolve várias teorias que tentam explicar como a hipertensão venosa crônica leva à ulceração. A teoria da "cuff" de fibrina, proposta por Browse e Burnand, é uma das mais conhecidas. Vamos analisar cada alternativa:
- Alternativa A: Incorreta. A incompetência valvular é geralmente causada por dilatação das veias ou danos às cúspides valvulares (por exemplo, após trombose venosa profunda), não pelo acúmulo de fibrina nas válvulas.
- Alternativa B: Correta. A teoria da "cuff" de fibrina postula que a hipertensão venosa aumenta a permeabilidade capilar, levando ao extravasamento de macromoléculas, incluindo fibrinogênio, para o espaço intersticial. O fibrinogênio se polimeriza em fibrina, formando uma "cuff" (manguito ou bainha) ao redor dos capilares dérmicos. Essa bainha de fibrina atuaria como uma barreira à difusão de oxigênio e nutrientes dos capilares para os tecidos circundantes, levando à hipóxia tecidual, morte celular e, eventualmente, ulceração.
- Alternativa C: Incorreta. Embora a fibrose dérmica (lipodermatoesclerose) seja uma característica da insuficiência venosa crônica, a teoria da "cuff" de fibrina não foca na ativação direta dos fibroblastos pela fibrina como mecanismo principal da ulceração, mas sim na barreira à difusão.
- Alternativa D: Incorreta. Embora a inflamação seja um componente importante da fisiopatologia da úlcera venosa, a teoria da "cuff" de fibrina não se baseia na ativação inflamatória pelos produtos de degradação da fibrina. Outras teorias, como a do aprisionamento de leucócitos, focam mais no papel da inflamação.
- Alternativa E: Incorreta. A formação de microtrombos capilares não é o mecanismo central proposto pela teoria da "cuff" de fibrina.
É importante notar que a teoria da "cuff" de fibrina, embora influente, não explica completamente todos os aspectos da úlcera venosa, e outras teorias (como a do aprisionamento de leucócitos e a da ativação endotelial) também contribuem para o entendimento da doença.
Portanto, a alternativa B descreve corretamente o postulado central da teoria da "cuff" de fibrina.
Qual das seguintes características clínicas é mais sugestiva de uma úlcera arterial em comparação com uma úlcera venosa?
Resposta correta: C
Dor que piora com a elevação do membro e melhora com a pendência é mais sugestiva de úlcera arterial.
Explicação:
As úlceras arteriais e venosas apresentam características clínicas distintas que auxiliam no diagnóstico diferencial. Vamos analisar cada alternativa:
- Alternativa A: A localização na área do maléolo medial é típica da úlcera venosa, não da arterial. As úlceras arteriais tendem a ocorrer em áreas de pressão ou trauma, como maléolo lateral, pontas dos dedos, calcanhar ou sobre proeminências ósseas.
- Alternativa B: A presença de exsudato abundante é mais característica da úlcera venosa, devido à hipertensão venosa e aumento da permeabilidade capilar. As úlceras arteriais geralmente são secas ou com pouco exsudato, devido à isquemia.
- Alternativa C: Correta. A dor na úlcera arterial tipicamente piora com a elevação do membro (pois diminui ainda mais o fluxo sanguíneo para a área isquêmica) e melhora com a pendência (pois a gravidade ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo). Esse padrão de dor é conhecido como claudicação de repouso ou dor de decúbito. Na úlcera venosa, a dor geralmente melhora com a elevação do membro (pois reduz a hipertensão venosa) e piora com a pendência ou ao final do dia.
- Alternativa D: Bordas irregulares e leito com tecido de granulação superficial são mais característicos da úlcera venosa. As úlceras arteriais tendem a ter bordas bem definidas, aspecto "em saca-bocado", e leito pálido, necrótico ou com pouca granulação.
- Alternativa E: A presença de edema significativo no membro afetado é mais comum na úlcera venosa, devido à hipertensão venosa e extravasamento de fluidos. No caso da úlcera arterial, o edema é geralmente ausente ou discreto, a menos que haja outra causa associada.
Portanto, a alternativa C descreve o padrão de dor mais característico da úlcera arterial.
A lipodermatoesclerose, uma complicação da insuficiência venosa crônica, é caracterizada histologicamente por:
Resposta correta: D
A lipodermatoesclerose é caracterizada histologicamente por fibrose da derme e do tecido subcutâneo, com paniculite lobular e septal.
Explicação:
A lipodermatoesclerose é uma forma de paniculite (inflamação do tecido adiposo subcutâneo) associada à insuficiência venosa crônica grave. Clinicamente, manifesta-se como endurecimento, hiperpigmentação e afinamento da pele na região da perna, muitas vezes com formato de "garrafa de champanhe invertida". Vamos analisar as características histológicas:
- Alternativa A: Atrofia da epiderme e perda de anexos podem ocorrer em estágios avançados da insuficiência venosa crônica, mas não são as características histológicas definidoras da lipodermatoesclerose, que afeta primariamente a derme profunda e o tecido subcutâneo.
- Alternativa B: Um infiltrado inflamatório agudo com neutrófilos não é típico da lipodermatoesclerose, que é um processo inflamatório crônico. O infiltrado na lipodermatoesclerose é geralmente composto por linfócitos, macrófagos e plasmócitos.
- Alternativa C: Deposição de imunocomplexos nas paredes dos vasos é característica de vasculites leucocitoclásticas, não da lipodermatoesclerose.
- Alternativa D: Correta. As características histológicas da lipodermatoesclerose incluem:
- Fibrose dérmica: Aumento da deposição de colágeno na derme reticular.
- Fibrose septal: Espessamento dos septos fibrosos que dividem os lóbulos de gordura no tecido subcutâneo.
- Paniculite lobular: Inflamação e necrose dos adipócitos dentro dos lóbulos de gordura, muitas vezes com formação de cistos oleosos e macrófagos espumosos (lipófagos).
- Alterações vasculares: Proliferação capilar, espessamento da parede dos vasos e, em alguns casos, trombose de pequenos vasos.
- Alternativa E: Formação de granulomas não caseosos não é uma característica da lipodermatoesclerose. Granulomas são encontrados em outras condições, como sarcoidose, tuberculose ou reações a corpo estranho.
Portanto, a alternativa D descreve corretamente as principais características histológicas da lipodermatoesclerose.
Qual dos seguintes mecanismos contribui para a resistência aumentada das bactérias em biofilmes a antibióticos?
Resposta correta: E
A presença de células "persistentes" (persister cells) metabolicamente inativas no interior do biofilme contribui para a resistência a antibióticos.
Explicação:
As bactérias organizadas em biofilmes exibem uma notável resistência a antibióticos, que é multifatorial. Vamos analisar os mecanismos propostos:
- Alternativa A: Incorreta. As bactérias no interior do biofilme, especialmente nas camadas mais profundas, geralmente apresentam uma taxa de crescimento reduzida ou entram em estado de dormência devido à limitação de nutrientes e oxigênio. Muitos antibióticos (como os beta-lactâmicos) são mais eficazes contra bactérias em crescimento ativo, tornando as bactérias metabolicamente inativas do biofilme menos suscetíveis.
- Alternativa B: Incorreta. A matriz polimérica extracelular (EPS) que envolve o biofilme atua como uma barreira física, dificultando (não facilitando) a penetração de antibióticos e outros agentes antimicrobianos até as bactérias no interior. Além disso, componentes da matriz podem se ligar ou inativar quimicamente alguns antibióticos.
- Alternativa C: Incorreta. Existem gradientes significativos de nutrientes, oxigênio, pH e produtos metabólicos dentro da estrutura tridimensional do biofilme. Esses gradientes criam microambientes distintos que influenciam o estado fisiológico das bactérias e sua suscetibilidade a antibióticos.
- Alternativa D: Incorreta. As bombas de efluxo, que expulsam ativamente antibióticos e outras substâncias tóxicas da célula bacteriana, são frequentemente superexpressas (não inativadas) em bactérias de biofilme, contribuindo para a resistência.
- Alternativa E: Correta. Os biofilmes contêm subpopulações de células chamadas "persistentes" (persister cells). Estas são células fenotipicamente variantes (não geneticamente resistentes) que entram em um estado de dormência metabólica temporária. Como muitos antibióticos atuam sobre processos metabólicos ativos (como síntese de parede celular ou de proteínas), as células persistentes metabolicamente inativas tornam-se tolerantes à ação desses antibióticos. Quando o tratamento antibiótico é interrompido, essas células podem retomar o crescimento e repovoar o biofilme, levando à recorrência da infecção.
Outros mecanismos de resistência em biofilmes incluem a transferência horizontal de genes de resistência entre as bactérias da comunidade e a sinalização intercelular (quorum sensing) que regula a expressão de fatores de virulência e resistência.
Portanto, a alternativa E descreve corretamente um importante mecanismo de resistência a antibióticos em biofilmes.
Qual das seguintes condições está mais associada ao desenvolvimento de úlceras neuropáticas, como o pé diabético?
Resposta correta: B
A neuropatia periférica sensorial e motora está mais associada ao desenvolvimento de úlceras neuropáticas.
Explicação:
As úlceras neuropáticas ocorrem devido a danos nos nervos periféricos, que levam a alterações na sensibilidade, função motora e função autonômica. A causa mais comum de neuropatia periférica que leva a úlceras é o diabetes mellitus. Vamos analisar as opções:
- Alternativa A: A insuficiência cardíaca congestiva pode levar a edema periférico, o que pode complicar a cicatrização de feridas existentes, mas não é a causa primária de úlceras neuropáticas.
- Alternativa B: Correta. A neuropatia periférica é a principal causa das úlceras neuropáticas. A neuropatia sensorial leva à perda da sensibilidade protetora (tato, dor, temperatura), tornando o pé vulnerável a traumas repetitivos (pressão, atrito) que não são percebidos pelo paciente. A neuropatia motora causa fraqueza e atrofia dos músculos intrínsecos do pé, levando a deformidades (como dedos em garra ou martelo) que alteram a distribuição de pressão plantar e criam pontos de pressão aumentada. A neuropatia autonômica causa pele seca e fissurada (devido à redução da sudorese) e alterações no fluxo sanguíneo. A combinação desses fatores leva à formação de calosidades em áreas de pressão, que podem evoluir para hematomas subjacentes e, finalmente, ulceração.
- Alternativa C: A DPOC pode levar à hipóxia crônica, que pode prejudicar a cicatrização, mas não causa diretamente úlceras neuropáticas.
- Alternativa D: A artrite reumatoide pode causar deformidades articulares e, em alguns casos, vasculite, que podem contribuir para problemas nos pés, mas a neuropatia não é a característica principal associada a úlceras nesta condição.
- Alternativa E: A hipertensão arterial sistêmica é um fator de risco para doença arterial periférica, que causa úlceras arteriais (isquêmicas), mas não úlceras neuropáticas.
Portanto, a alternativa B descreve corretamente a condição mais associada ao desenvolvimento de úlceras neuropáticas.
A presença de odor fétido em uma ferida é mais frequentemente associada a qual tipo de microrganismo?
Resposta correta: C
O odor fétido em feridas é mais frequentemente associado a bactérias anaeróbias.
Explicação:
O odor de uma ferida pode fornecer pistas sobre a presença de infecção e o tipo de microrganismo envolvido. Vamos analisar as opções:
- Staphylococcus aureus: Geralmente não produz odor característico, embora possa estar associado a exsudato purulento amarelado.
- Streptococcus pyogenes: Também não costuma produzir odor fétido, mas pode causar infecções graves como celulite e fasceíte necrosante.
- Bactérias anaeróbias: Correta. Bactérias anaeróbias (como Bacteroides, Peptostreptococcus, Clostridium) metabolizam proteínas e aminoácidos presentes no tecido necrótico e exsudato, produzindo compostos voláteis sulfurados (como sulfeto de hidrogênio) e aminas (como cadaverina e putrescina), que são responsáveis pelo odor fétido característico (muitas vezes descrito como pútrido ou fecal). A presença de odor fétido é um forte indicador de infecção por anaeróbios, frequentemente em associação com bactérias aeróbias (infecção polimicrobiana).
- Candida albicans: É um fungo (levedura) que pode colonizar ou infectar feridas, especialmente em pacientes imunocomprometidos ou em uso prolongado de antibióticos. Geralmente não causa odor fétido, mas pode estar associada a exsudato esbranquiçado e placas.
- Pseudomonas aeruginosa: É uma bactéria aeróbia Gram-negativa que pode causar infecção em feridas, especialmente queimaduras. Caracteristicamente, produz um pigmento azul-esverdeado (piocianina) e um odor adocicado, frutado (descrito como semelhante a uvas ou tortilhas de milho), não fétido.
Portanto, a alternativa C está correta, pois o odor fétido em feridas é um sinal clássico de infecção por bactérias anaeróbias.