Esta galeria apresenta imagens clínicas dos principais tipos de feridas encontradas na prática clínica. As imagens são organizadas por etiologia e características, permitindo a identificação visual e o reconhecimento dos diferentes tipos de lesões.

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Lesão por Pressão - Estágio 1

Pele íntegra com eritema não branqueável.

Lesão por Pressão - Estágio 1

Pele íntegra com área localizada de eritema não branqueável, que pode apresentar-se de forma diferente em pele pigmentada. A área pode estar dolorosa, endurecida, amolecida, mais quente ou mais fria comparativamente ao tecido adjacente.

Características:

  • Pele íntegra (sem perda tecidual)
  • Eritema não branqueável (não embranquece quando pressionado)
  • Localização comum: proeminências ósseas
  • Pode ser difícil de detectar em peles escuras

Intervenção: Alívio da pressão, reposicionamento frequente, uso de superfícies de redistribuição de pressão, hidratação da pele.

Lesão por Pressão - Estágio 2

Perda parcial da espessura da pele com exposição da derme.

Lesão por Pressão - Estágio 2

Perda parcial da espessura da pele com exposição da derme. O leito da ferida é viável, rosa ou vermelho, úmido, e pode também apresentar-se como uma bolha intacta (preenchida com exsudato seroso) ou rompida.

Características:

  • Perda parcial da espessura da pele
  • Leito da ferida vermelho-rosado, úmido
  • Pode apresentar-se como bolha intacta ou rompida
  • Ausência de tecido necrótico ou esfacelo

Intervenção: Alívio da pressão, curativos que mantenham o meio úmido (hidrocoloides, filmes transparentes), proteção contra contaminação.

Lesão por Pressão - Estágio 3

Perda total da espessura da pele com exposição do tecido subcutâneo.

Lesão por Pressão - Estágio 3

Perda total da espessura da pele, na qual a gordura subcutânea é visível. Tecido de granulação e bordas da ferida enroladas (epibolia) podem estar presentes. Esfacelo e/ou tecido necrótico podem estar visíveis, mas não obscurecem a profundidade da perda tecidual.

Características:

  • Perda total da espessura da pele
  • Tecido adiposo subcutâneo visível
  • Pode apresentar túneis ou cavidades
  • Profundidade varia conforme localização anatômica

Intervenção: Desbridamento de tecido necrótico, controle de exsudato, prevenção de infecção, curativos que promovam granulação (alginatos, hidrofibras, espumas).

Lesão por Pressão - Estágio 4

Perda total da espessura da pele e tecidos com exposição de estruturas profundas.

Lesão por Pressão - Estágio 4

Perda total da espessura da pele e tecidos com exposição ou palpação direta de fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. Esfacelo e/ou tecido necrótico podem estar presentes. Frequentemente inclui túneis e cavidades.

Características:

  • Perda total da espessura da pele e tecidos
  • Exposição de estruturas profundas (fáscia, músculo, tendão, osso)
  • Frequentemente com túneis e cavidades
  • Alto risco de infecção, incluindo osteomielite

Intervenção: Desbridamento, controle de infecção, manejo de exsudato, preenchimento de cavidades, avaliação para intervenção cirúrgica.

Úlcera Venosa Típica

Úlcera na região maleolar com bordas irregulares.

Úlcera Venosa Típica

Úlcera localizada na região maleolar medial (região gaiter), característica da insuficiência venosa crônica. Apresenta bordas irregulares, leito com tecido de granulação e exsudato moderado a abundante.

Características:

  • Localização: Terço distal da perna, principalmente região maleolar medial
  • Formato: Irregular, bordas não elevadas
  • Leito: Tecido de granulação, frequentemente com fibrina
  • Exsudato: Moderado a abundante
  • Dor: Moderada, aliviada com elevação do membro
  • Pele perilesional: Hiperpigmentada, lipodermatoesclerose, edema

Intervenção: Terapia compressiva, curativos absorventes, elevação dos membros, tratamento da causa de base.

Dermatite Ocre

Hiperpigmentação característica da insuficiência venosa crônica.

Dermatite Ocre

Hiperpigmentação acastanhada da pele, característica da insuficiência venosa crônica. Resulta do extravasamento de hemossiderina (derivada da hemoglobina) para os tecidos devido à hipertensão venosa crônica.

Características:

  • Coloração: Marrom-acastanhada
  • Localização: Terço distal da perna, principalmente região maleolar
  • Distribuição: Geralmente bilateral
  • Associada a: Edema, varizes, lipodermatoesclerose

Intervenção: Terapia compressiva, elevação dos membros, tratamento da insuficiência venosa de base.

Úlcera Arterial

Úlcera isquêmica com bordas bem definidas e fundo pálido.

Úlcera Arterial

Úlcera resultante de insuficiência arterial, caracterizada por bordas bem definidas, formato arredondado ou ovalado, e leito pálido ou necrótico devido à isquemia tecidual.

Características:

  • Localização: Extremidades distais (dedos, calcâneo, maléolo lateral)
  • Formato: Arredondado, bordas bem definidas, "punched out"
  • Leito: Pálido, necrótico, pouco tecido de granulação
  • Exsudato: Mínimo
  • Dor: Intensa, pior à noite e com elevação do membro
  • Pele perilesional: Pálida, fria, brilhante, sem pelos

Intervenção: Revascularização quando possível, controle da dor, desbridamento cauteloso, curativos não aderentes, posicionamento neutro do membro.

Gangrena Seca

Necrose isquêmica com tecido enegrecido e mumificado.

Gangrena Seca

Necrose isquêmica dos tecidos resultante de insuficiência arterial grave. O tecido apresenta-se enegrecido, seco e mumificado devido à falta de suprimento sanguíneo.

Características:

  • Localização: Extremidades distais (dedos, pés)
  • Aparência: Tecido enegrecido, seco, mumificado
  • Demarcação: Geralmente bem definida entre tecido viável e não viável
  • Odor: Geralmente ausente (diferente da gangrena úmida)
  • Progressão: Pode ser lenta se não houver infecção

Intervenção: Avaliação vascular urgente, revascularização quando possível, controle da dor, possível amputação, prevenção de infecção.

Úlcera Neuropática

Úlcera plantar em área de pressão com bordas hiperqueratósicas.

Úlcera Neuropática (Pé Diabético)

Úlcera típica da neuropatia diabética, localizada em áreas de pressão plantar. Caracteriza-se por bordas hiperqueratósicas (calosidades) e ausência de dor devido à perda de sensibilidade protetora.

Características:

  • Localização: Áreas de pressão plantar (cabeças metatarsais, calcâneo, hálux)
  • Formato: Arredondado, bordas hiperqueratósicas
  • Leito: Geralmente granulado, pode ter tecido necrótico
  • Dor: Geralmente ausente ou mínima (neuropatia)
  • Pele perilesional: Calosidades, pele seca, fissuras
  • Pulsos: Geralmente presentes e palpáveis

Intervenção: Alívio da pressão (calçados especiais, órteses), desbridamento de calosidades, controle glicêmico, curativos adequados, prevenção de infecção.

Pé de Charcot

Deformidade do pé causada por neuropatia diabética avançada.

Pé de Charcot (Neuroartropatia de Charcot)

Condição caracterizada por destruição progressiva das articulações do pé em pacientes com neuropatia diabética avançada. Resulta em deformidades graves, como o "pé em mata-borrão" com arco plantar colapsado.

Características:

  • Fase aguda: Edema, eritema, aumento da temperatura (pode ser confundido com infecção)
  • Fase crônica: Deformidades graves, arco plantar colapsado, proeminências ósseas
  • Ausência de dor (devido à neuropatia)
  • Alto risco de ulceração nas áreas de pressão anormal

Intervenção: Imobilização na fase aguda, calçados especiais, órteses, cirurgia reconstrutiva em casos selecionados, prevenção de ulcerações.

Queimadura de 1º Grau

Lesão superficial com eritema e dor, sem bolhas.

Queimadura de 1º Grau (Superficial)

Lesão que afeta apenas a epiderme, caracterizada por eritema, dor e leve edema. Não há formação de bolhas e a integridade da pele é mantida.

Características:

  • Camada afetada: Epiderme
  • Aparência: Eritema, sem bolhas
  • Sensibilidade: Dolorosa ao toque
  • Cicatrização: 3-7 dias, sem cicatriz
  • Exemplo comum: Queimadura solar

Intervenção: Resfriamento com água, hidratação, analgesia, proteção solar durante a cicatrização.

Queimadura de 2º Grau

Lesão com formação de bolhas e exposição da derme.

Queimadura de 2º Grau (Espessura Parcial)

Lesão que afeta a epiderme e parte da derme, caracterizada pela formação de bolhas e exposição da derme após o rompimento das bolhas. Pode ser superficial ou profunda, dependendo da profundidade da lesão na derme.

Características:

  • Camada afetada: Epiderme e parte da derme
  • Aparência: Bolhas, base avermelhada e úmida após ruptura
  • Sensibilidade: Muito dolorosa
  • Cicatrização: 2-3 semanas (superficial), 3-6 semanas (profunda)
  • Risco de cicatriz: Baixo (superficial), moderado a alto (profunda)

Intervenção: Limpeza com solução salina, curativos não aderentes, prevenção de infecção, analgesia, possível desbridamento de bolhas rompidas.

Queimadura de 3º Grau

Lesão de espessura total com tecido esbranquiçado ou carbonizado.

Queimadura de 3º Grau (Espessura Total)

Lesão que destrói todas as camadas da pele (epiderme e derme) e pode atingir tecidos subjacentes. Caracteriza-se por aparência esbranquiçada, acastanhada ou carbonizada, com textura coriácea.

Características:

  • Camada afetada: Todas as camadas da pele, podendo atingir tecidos mais profundos
  • Aparência: Esbranquiçada, acastanhada ou carbonizada, seca, textura coriácea
  • Sensibilidade: Anestesia (destruição das terminações nervosas)
  • Cicatrização: Não cicatriza espontaneamente, requer enxerto
  • Risco de cicatriz: Alto, com contraturas

Intervenção: Tratamento em centro especializado, desbridamento cirúrgico, enxerto de pele, prevenção de infecção, suporte nutricional.

Ferida Cirúrgica Normal

Incisão cirúrgica com bordas bem coaptadas e sinais de cicatrização normal.

Ferida Cirúrgica com Cicatrização Normal

Incisão cirúrgica fechada por primeira intenção, apresentando bordas bem coaptadas, leve eritema periincisional e ausência de sinais de complicação. A cicatrização ocorre de forma previsível e ordenada.

Características:

  • Bordas: Bem coaptadas, sem afastamento
  • Coloração: Leve eritema periincisional nos primeiros dias
  • Exsudato: Mínimo ou ausente
  • Dor: Leve, diminuindo progressivamente
  • Evolução: Formação de linha de cicatriz fina

Intervenção: Limpeza suave, curativos simples, remoção de suturas no tempo adequado, proteção contra tensão excessiva.

Deiscência de Ferida Cirúrgica

Ruptura parcial ou total da ferida cirúrgica.

Deiscência de Ferida Cirúrgica

Complicação caracterizada pela ruptura parcial ou total da ferida cirúrgica, com separação das bordas da incisão. Pode ser superficial (envolvendo apenas pele e tecido subcutâneo) ou profunda (envolvendo fáscia e camadas mais profundas).

Características:

  • Separação das bordas da ferida
  • Exposição de tecidos subjacentes
  • Possível drenagem de exsudato ou conteúdo seroso
  • Pode estar associada a infecção, tensão excessiva ou problemas de cicatrização

Fatores de risco: Idade avançada, desnutrição, obesidade, diabetes, uso de corticosteroides, tabagismo, infecção, técnica cirúrgica inadequada.

Intervenção: Avaliação da extensão, limpeza, desbridamento se necessário, possível fechamento secundário ou por terceira intenção, tratamento de fatores contribuintes.

Infecção de Ferida Cirúrgica

Sinais inflamatórios exacerbados com drenagem purulenta.

Infecção de Ferida Cirúrgica

Complicação caracterizada pela invasão e multiplicação de microrganismos no sítio cirúrgico, resultando em sinais inflamatórios exacerbados e possível comprometimento da cicatrização.

Características:

  • Eritema intenso e edema além das bordas da ferida
  • Calor local aumentado
  • Dor desproporcional ou crescente
  • Drenagem purulenta
  • Possível deiscência
  • Sinais sistêmicos: febre, mal-estar, leucocitose

Fatores de risco: Contaminação durante a cirurgia, duração prolongada do procedimento, comorbidades (diabetes, imunossupressão), idade avançada, obesidade.

Intervenção: Cultura e antibiograma, antibioticoterapia, possível abertura da ferida para drenagem, curativos absorventes, controle de fatores de risco.

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